O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder venezuelano, Nicolás Maduro, intensificaram o embate retórico após a ofensiva militar americana no Caribe. Trump justificou a presença de tropas com o ataque a uma embarcação, afirmando que sua missão antidrogas “tem muito mais por vir”. Já Maduro reagiu com discurso nacionalista, acusando Washington de querer “o petróleo venezuelano de graça”.
A disputa repete o padrão da última década. Desde 2019, quando apoiou Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela, Trump tenta enfraquecer o regime chavista. A estratégia internacional, respaldada por mais de 50 países, não teve êxito, e Maduro se manteve no poder mesmo após eleições contestadas.
De volta à Casa Branca, Trump alterna gestos de aproximação e confronto. Enviou o diplomata Richard Grenell a Caracas, o que resultou na libertação de seis americanos, e liberou as operações da Chevron, suspensas na gestão Joe Biden. Por outro lado, revogou o Status de Proteção Temporária a 600 mil venezuelanos, autorizando deportações.
Apesar da retórica dura e da mobilização de narrativas para suas bases, analistas apontam que tanto Trump quanto Maduro evitam uma escalada direta. A guerra discursiva, por ora, parece mais voltada a fortalecer posições políticas internas do que a abrir caminho para uma intervenção militar efetiva.