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Monday, 23 de June de 2025 - 15:41:29
Uso abusivo de “canetas emagrecedoras” preocupa especialistas e pode causar falta do medicamento para pacientes com diabetes
ANVISA IMPLANTA RETENÇÃO DE RECEITA PARA VENDA DE OZEMPIC E SIMILARES

A Anvisa decidiu que as farmácias deverão reter a receita médica para vender medicamentos como Ozempic, Wegovy e outros à base de semaglutida, conhecidos popularmente como “canetas emagrecedoras”. Esses remédios, originalmente indicados para diabetes tipo 2, passaram a ser usados em grande escala para emagrecimento, muitas vezes sem acompanhamento médico, gerando alerta entre especialistas.

Estudos apontam que 45% dos usuários adquiriram o medicamento sem receita e 73% nunca tiveram orientação profissional adequada. O uso indevido pode provocar efeitos adversos graves, como desnutrição, perda de massa muscular, deficiências vitamínicas, além de riscos ao pâncreas e à tireoide. O uso abusivo também ameaça a disponibilidade para quem realmente necessita, como pacientes diabéticos.

A decisão da Anvisa veio após análises de farmacovigilância que indicaram mais eventos adversos no Brasil relacionados ao uso fora das indicações aprovadas, em comparação a outros países. O Conselho Federal de Medicina também cobrou maior controle na comercialização dos remédios.

Os medicamentos à base de semaglutida atuam reduzindo o apetite, controlando a glicemia e promovendo a perda de peso — que pode chegar a até 17% do corpo em um ano. Porém, o uso inadequado pode levar à perda progressiva de eficácia e rápido reganho do peso após a interrupção do tratamento.

Médicos ressaltam que a obesidade é uma doença crônica e que o tratamento deve ser realizado com acompanhamento multidisciplinar, incluindo nutricionista e endocrinologista, além da adoção de hábitos saudáveis como dieta equilibrada e exercícios físicos.

A Anvisa e fabricantes, como a Novo Nordisk, reforçam a importância do uso responsável e orientado desses medicamentos, para evitar riscos à saúde e garantir que pacientes com indicação clínica tenham acesso ao tratamento.

Texto/Fonte: G1