Os preços da soja brasileira aumentaram nos mercados nacional e internacional no final da primeira quinzena de abril, de acordo com o boletim do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), publicado nesta segunda-feira (14).
No Brasil, a alta nos preços é resultado da valorização do dólar, que ultrapassou os R$ 6. O boletim aponta que o ritmo de negócios no mercado interno, especialmente nas transações imediatas com pagamento à vista, foi afetado pelas flutuações cambiais.
No Porto de Paranaguá (PR), um dos principais exportadores de soja, o valor da saca de 60 quilos fechou em R$ 137,89 no dia 11 de abril, com uma variação diária de 0,39% e um aumento mensal de 4,31%.
Mercado cauteloso
Pesquisadores do Cepea observam que esse cenário fez com que muitos agentes do mercado ficassem mais cautelosos, aguardando melhores oportunidades. O setor também segue atento ao cenário internacional.
No dia 9 de abril, o governo dos Estados Unidos suspendeu por 90 dias as tarifas recíprocas de vários países, incluindo o Brasil. Esse movimento trouxe certo alívio ao mercado e impulsionou as transações internacionais, mas também intensificou a guerra comercial com a China, que pode aumentar suas importações de países como o Brasil. A China é o principal destino da soja brasileira.
Demanda externa cresce
Na última semana de março, a demanda externa pela soja brasileira acelerou os negócios no mercado interno, especialmente no mercado spot, onde as commodities são compradas e vendidas à vista, com entrega imediata. Esse cenário foi impulsionado pela valorização do dólar, o que tornou as commodities brasileiras mais atraentes para os compradores estrangeiros.
Além disso, os sojicultores têm mostrado mais interesse em vender parte da safra 2024/25 para garantir recursos para o financiamento da próxima temporada.
O dólar, que já vinha subindo, fechou a R$ 5,99 no dia 8 de abril, após os Estados Unidos anunciarem uma tarifa extra de 50% sobre produtos importados da China.