O vereador de Cuiabá, Paulo Henrique, foi preso nesta sexta-feira (20) durante a nova fase da Operação Pubblicare, que é um desdobramento da Operação Ragnatela. A ação foi realizada pela FICCO (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso) e ocorre em um período em que o parlamentar está concorrendo à reeleição.
Na primeira fase da operação, realizada em junho deste ano, Paulo Henrique já havia sido alvo de mandados de busca e apreensão. Ele é acusado de atuar como intermediário entre uma organização criminosa e agentes públicos da Secretaria Municipal de Ordem Pública.
Nesta operação, cerca de 70 policiais foram mobilizados para cumprir 15 medidas cautelares, que incluem um mandado de prisão preventiva, sete mandados de busca e apreensão, além do sequestro de seis veículos e um imóvel, e o bloqueio de contas bancárias.
A Operação Pubblicare surgiu após a FICCO desarticular, em junho de 2024, um grupo criminoso que teria adquirido uma casa noturna em Cuiabá por R$ 800 mil, valor pago em espécie com lucros de atividades ilícitas. O grupo realizava shows de artistas nacionais, financiados pela facção criminosa e por promotores de eventos.
As investigações indicam que o grupo contava com a colaboração de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para eventos, mesmo sem a documentação necessária. Um dos parlamentares estaria intercedendo em favor da organização criminosa em troca de benefícios financeiros.
Os crimes imputados aos investigados incluem corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, em conjunto com membros da facção indiciados durante a Operação Ragnatela.
A FICCO/MT é composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar, e tem como objetivo combater o crime organizado no estado.
Paulo Henrique, que foi eleito vereador em 2020, declarou possuir bens no valor de R$ 23.743,83, incluindo um carro e uma moto. Ele já havia disputado as eleições para vereador em 2016, quando ficou como suplente. Antes da operação, não havia registros de processos judiciais contra ele em Mato Grosso.
A equipe do Primeira Página está tentando entrar em contato com a defesa do parlamentar para comentários sobre a prisão.