O assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, de 31 anos, chocou os Estados Unidos e deu início a uma caçada nacional pelo autor dos disparos. Kirk foi baleado no pescoço durante um evento ao ar livre na Universidade Utah Valley, o primeiro de uma turnê por 15 instituições americanas. Uma gravação mostra o momento em que ele foi atingido enquanto discursava para uma multidão. Ele chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu.
Na noite de quinta-feira, autoridades divulgaram novas imagens do suspeito. O comissário do Departamento de Segurança Pública de Utah, Beau Mason, detalhou que o homem usava camiseta preta estampada com uma bandeira americana. Em outro material do FBI, o indivíduo aparece de roupas pretas e óculos escuros, classificado como “pessoa de interesse”.
O governador de Utah, Spencer Cox, informou que já foram recebidas mais de 7 mil pistas sobre o caso, e mais de 200 pessoas prestaram depoimentos. Ele pediu colaboração popular, criticou a disseminação de desinformação nas redes e prometeu buscar a pena de morte para o atirador. Ao lado dele, o diretor do FBI, Kash Patel, acompanhou a coletiva, mas não falou à imprensa.
Investigadores também confirmaram a apreensão de um fuzil que teria sido usado no crime. A arma, descrita como “de alta potência”, foi encontrada em uma área de mata próxima à universidade. Fontes policiais apontaram que se trata de um Mauser .30-06, modelo antigo, com cápsulas deflagradas localizadas junto ao carregador.
A morte de Kirk gerou forte repercussão política. Fundador da organização conservadora Turning Point USA, ele se destacou ao mobilizar jovens em apoio ao presidente Donald Trump desde 2016. Seus eventos em campi universitários atraíam grandes plateias, mas também protestos. Uma petição com quase mil assinaturas tentou impedir sua participação na Utah Valley, sem sucesso.
O Turning Point USA, presente em mais de 3.500 escolas e universidades, consolidou Kirk como uma das principais vozes da direita americana. Ele se apresentava como defensor de valores cristãos e do movimento Make America Great Again (MAGA). Ao longo da carreira, escreveu livros, comandou o programa de rádio The Charlie Kirk Show e acumulava mais de 14 milhões de seguidores nas redes.
Segundo a agência Reuters, o crime ocorre em um cenário de alta tensão política, marcado pelo período mais prolongado de violência desse tipo desde a década de 1970. Desde a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, foram registrados mais de 300 episódios de violência motivada politicamente nos EUA.