Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Wednesday, 23 de April de 2025 - 14:35:30
Voepass solicita recuperação judicial pela segunda vez em meio a crise financeira e dívidas milionárias
VOEPASS PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL APÓS SUSPENSÃO DE OPERAÇÕES

A Voepass Linhas Aéreas, de Ribeirão Preto (SP), entrou com um pedido de recuperação judicial nesta terça-feira (22) após ter suas operações suspensas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A companhia, que já foi a quarta maior do Brasil, enfrenta uma grave crise financeira e acumula cerca de R$ 400 milhões em dívidas, além de débitos em dólares. Esta é a segunda vez que a empresa solicita recuperação judicial.

A suspensão das atividades da Voepass ocorreu após a Anac identificar irregularidades e falta de segurança nas operações da companhia, que agravaram a crise financeira, especialmente após o desastre aéreo de agosto de 2024, em Vinhedo (SP), e divergências com a Latam. A companhia já havia tentado uma reestruturação financeira em fevereiro, mas sem sucesso na autorização para retomar os voos, resultando em demissões de funcionários.

A Voepass informou que a recuperação judicial é uma medida para reorganizar suas finanças e continuar a reestruturação iniciada anteriormente. A empresa destacou que a medida visa preservar a operação e manter os compromissos com clientes, colaboradores e fornecedores. Se aprovada, a recuperação judicial permitirá o congelamento de todos os passivos e a negociação de dívidas com base em um plano de pagamento.

O valor das dívidas é alarmante: cerca de R$ 210 milhões com credores concursais, incluindo R$ 43,5 milhões em débitos trabalhistas e R$ 162 milhões com empresas privadas. Além disso, a companhia tem débitos extraconcursais que somam R$ 187 milhões, além de dívidas em dólares.

A crise da Voepass também foi exacerbada pela pandemia da Covid-19, que paralisou os voos e reduziu drasticamente o faturamento da companhia, além de acordos trabalhistas não cumpridos e divergências com a Latam, com quem mantinha acordos de operação de voos.

Texto/Fonte: G1