O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o envio de mísseis Tomahawk para intensificar os ataques contra a Rússia. Apesar do tom cordial da reunião realizada nesta sexta-feira (17) em Washington D.C., o líder americano não se comprometeu a atender ao pedido.
Zelensky classificou o encontro como “produtivo” e afirmou confiar que os EUA “querem acabar com a guerra”. Trump, porém, manteve cautela: “O encontro foi muito interessante e cordial, mas eu disse a ele, como também ao presidente Putin, que é hora de parar com a matança e fazer um acordo”, declarou em sua rede social.
Foi a terceira visita de Zelensky à Casa Branca desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. O ucraniano mostrou mapas com possíveis alvos em território russo, segundo fontes da delegação citadas pela AFP, e defendeu que o uso dos Tomahawks “ajudaria Putin a levar a sério” as negociações de paz propostas por Trump.
O presidente americano, ao ser questionado sobre o fornecimento dos mísseis, reconheceu a importância estratégica do pedido, mas destacou o risco de “escalada da guerra”. “Nós discutiríamos isso. Gostaríamos que eles não precisassem dos Tomahawks”, afirmou.
Trump também evitou responder diretamente sobre a possibilidade de a Ucrânia ceder territórios à Rússia em troca de um acordo. “Nunca se sabe. A guerra é muito interessante. Nunca se sabe”, disse.
Durante o almoço com Zelensky, o republicano elogiou o líder ucraniano, chamando-o de “um homem forte, que passou por muita coisa”, e chegou a comentar seu visual: “muito bonito e estiloso”.
Após o encontro, Zelensky manteve conversas com líderes europeus para discutir o avanço das negociações. Em paralelo, Trump anunciou ter tido uma longa ligação com Vladimir Putin, na qual ambos discutiram o comércio bilateral pós-guerra e classificaram o diálogo como “produtivo e promissor”.
De acordo com a Casa Branca, a conversa entre Trump e Putin durou mais de duas horas, e o presidente americano afirmou acreditar que ainda é possível reunir os líderes russo e ucraniano em uma mesa de negociação.
Encerrar os conflitos na Ucrânia e em Gaza foi uma das principais promessas de campanha de Trump em 2024, quando criticou duramente o ex-presidente Joe Biden por sua condução das crises internacionais. Ainda assim, as tentativas de mediação direta com Putin permanecem sem avanços concretos.