Originado na China como o “Dia dos Solteiros”, o 11.11 se transformou em um dos maiores eventos de compras do planeta, movimentando cerca de R$ 1 trilhão em vendas no ano passado, segundo o Alibaba. A data, celebrada com liquidações massivas em sites como o AliExpress, também marca o início de uma temporada de promoções que antecede a Black Friday — e, com ela, cresce o risco de fraudes on-line.

As recomendações de especialistas e órgãos de defesa do consumidor são as mesmas aplicadas à Black Friday: pesquisar preços, conferir a reputação das lojas e desconfiar de ofertas “milagrosas”. O Procon e o Serasa Experian alertam para o aumento de golpes envolvendo falsos sites e perfis de redes sociais durante o período.

Antes de comprar, o consumidor deve verificar se o endereço eletrônico começa com “https://” e se há o ícone de cadeado na barra de navegação. Sites com erros de ortografia ou variações sutis no nome da marca podem indicar tentativas de fraude. O ideal é optar por pagamentos com cartões de crédito ou virtuais temporários, que permitem contestação em caso de problema.

Também é essencial checar se o PIX é destinado à loja correta e, se possível, pesquisar por eventuais reclamações ou ausência de comentários em perfis comerciais. A recomendação é evitar compras por impulso e avaliar se o produto realmente é necessário ou cabe no orçamento, mesmo com o desconto.

Ferramentas como BondFaro, Buscapé, Google Shopping, JáCotei e Zoom ajudam a comparar preços e acompanhar a evolução dos valores ao longo do tempo, especialmente em produtos padronizados, como eletrônicos e eletrodomésticos. Já itens como roupas exigem mais cautela, por não terem modelos uniformes entre marcas.

A popularização das inteligências artificiais trouxe novos riscos. Segundo levantamento do Reclame Aqui, 63% dos consumidores brasileiros ainda têm dificuldade em identificar golpes criados com IA — como vídeos falsos de celebridades divulgando promoções inexistentes. Esses conteúdos, conhecidos como deepfakes, exploram a confiança do público em figuras conhecidas.

Os órgãos de defesa recomendam verificar sempre as informações diretamente no site oficial da loja e evitar clicar em links de redes sociais. Em caso de suspeita de golpe, o consumidor deve registrar a denúncia junto ao Procon e apresentar provas, como capturas de tela com as informações da oferta enganosa.