Em discurso por videoconferência na Assembleia Geral da ONU, o presidente palestino Mahmoud Abbas declarou nesta quinta-feira (25) que não haverá paz no Oriente Médio enquanto não for criado um Estado palestino. “Não se pode alcançar paz sem Justiça, e a Justiça só será feita quando houver um Estado da Palestina”, afirmou.

Rival político do Hamas, Abbas condenou o ataque do grupo terrorista contra Israel em 7 de outubro de 2023, episódio que deu início à guerra em Gaza. O líder palestino ressaltou que o Hamas não terá participação em um eventual governo no território após o conflito e defendeu que o grupo entregue suas armas à Autoridade Nacional Palestina.

O presidente acusou Israel de cometer “crimes de guerra e contra a Humanidade” em Gaza e criticou o governo de Benjamin Netanyahu por “usar a fome como arma de guerra”. Ele também agradeceu aos 149 países que já reconheceram a Palestina como Estado, entre eles Reino Unido, França, Canadá, Portugal e Malta.

Apesar das divergências com Washington, Abbas disse estar disposto a dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e demais parceiros para implementar o plano de paz aprovado em setembro. O líder palestino, no entanto, acusou Israel de descumprir acordos anteriores firmados com sua administração.

A participação de Abbas ocorreu de forma virtual após o governo Trump negar seu visto de entrada nos EUA. A decisão foi contornada por votação da ONU, que autorizou o pronunciamento remoto. A Assembleia Geral, iniciada na terça-feira (23), reúne chefes de Estado e governo até o fim de semana. Na abertura, Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram os primeiros a discursar.