Momentos antes do acidente que resultaria em sua morte, a advogada Maria Eduarda registrou em vídeo o passeio de barco que fazia com o noivo na praia de Suape, em Cabo de Santo Agostinho, região metropolitana do Recife. O vídeo foi enviado por ela a um grupo da família no WhatsApp às 16h40 do sábado (21), segundo relato de uma das melhores amigas, a também advogada Irlane Luna. Pouco tempo depois, a embarcação virou, e Maria Eduarda desapareceu no mar.
A tragédia levou quatro dias de buscas até que, na manhã da terça-feira (24), o corpo da advogada fosse localizado. Segundo o Instituto de Medicina Legal (IML), a causa da morte foi “asfixia mecânica por afogamento”. No mesmo dia em que o corpo foi encontrado, foi realizado o velório. Já na quarta-feira (25), a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do noivo de Maria Eduarda.
O acidente ocorreu na Praia de Suape, um trecho do litoral do Cabo de Santo Agostinho que antecede o Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca. Testemunhas relataram que, no momento do naufrágio, estavam a bordo Maria Eduarda, o noivo e a cadela do casal. Apenas o médico Serafico Pereira Cabral Júnior, de 55 anos, conseguiu nadar até a costa após três horas no mar e pedir socorro. Ele foi resgatado por bombeiros e levado à UPA de Ipojuca.
O desaparecimento de Maria Eduarda mobilizou uma operação de buscas que se estendeu até a manhã da terça-feira. As ações foram iniciadas ainda no sábado e se repetiram no domingo (22) e na segunda-feira (23), sendo interrompidas no fim de cada dia devido à baixa visibilidade noturna.
A Marinha do Brasil instaurou um inquérito para apurar o que teria causado o naufrágio. A investigação irá avaliar se houve erro humano, falha técnica ou condições adversas de navegação. Em paralelo, a Polícia Civil conduz uma investigação criminal por meio da Delegacia de Porto de Galinhas, responsável pelo inquérito.
Enquanto isso, a Justiça decidiu barrar a cremação do corpo. A juíza Danielle Christine Silva Melo Burichel, responsável pelo plantão judiciário da comarca do Cabo de Santo Agostinho, indeferiu o pedido e estabeleceu o prazo de cinco dias para que a família apresente o laudo pericial. A magistrada também requisitou informações detalhadas sobre o caso ao IML e à delegacia encarregada.
A comoção em torno do acidente foi intensificada pela divulgação do vídeo feito por Maria Eduarda momentos antes da tragédia. As imagens, compartilhadas com familiares, mostram um clima descontraído no barco, antes de o passeio terminar em tragédia. A cadela da advogada também desapareceu no mar e não foi localizada até o momento.
O caso segue cercado de perguntas sem respostas, e o desenrolar das investigações pode trazer novos elementos sobre o que realmente causou o naufrágio. Enquanto isso, amigos e familiares se despedem de Maria Eduarda sob forte comoção e expectativa por justiça.