Nesta segunda-feira (28), caminhões com alimentos e itens de higiene, identificados com sinais da Cruz Vermelha e outras organizações internacionais, entraram pelo segundo dia consecutivo em Gaza pela passagem de Rafah, no sul, vindo do Egito. Segundo a Cruz Vermelha egípcia, 135 caminhões transportaram cerca de 1.500 toneladas de ajuda ao território palestino.
O Exército israelense anunciou uma pausa diária nas operações militares entre 10h e 20h (horário local), em áreas específicas de Gaza — Al-Mawasi, Deir al-Balah e Cidade de Gaza — para permitir a passagem segura dos comboios humanitários. Rotas protegidas para a entrega de alimentos e remédios estarão abertas durante o dia e fechadas à noite.
A crise humanitária em Gaza é severa, com níveis de "fome em massa" segundo a ONU e ONGs, apesar da negação do governo Netanyahu sobre políticas de fome no enclave. O conflito, iniciado em outubro de 2023 após ataque do Hamas que matou mais de 1.200 israelenses, resultou em quase 60 mil palestinos mortos, em sua maioria civis, e a destruição em larga escala da Faixa de Gaza.
As negociações indiretas para um cessar-fogo, mediadas em Doha, estão interrompidas e sem previsão de retomada.
Desde maio, o bloqueio e controle rigoroso de Israel sobre a ajuda geraram críticas internacionais por restringir o acesso e limitar a distribuição dos suprimentos, que ocorrem de forma lenta e insuficiente para a população.
A ajuda humanitária é central para salvar vidas em Gaza, onde a desnutrição já causou dezenas de mortes recentes, incluindo crianças. Autoridades palestinas reportaram que 127 pessoas morreram por desnutrição desde o início da guerra.
O chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, reforçou o compromisso das equipes para intensificar o alcance da ajuda durante as pausas nas hostilidades.
A situação em Gaza segue sob intenso escrutínio global, com Israel atribuindo responsabilidade ao Hamas e à ONU pela crise, enquanto a comunidade internacional exige maior acesso e proteção para a população civil.