Desde que Donald Trump assumiu a presidência, estudantes estrangeiros em universidades americanas enfrentam uma crescente sensação de insegurança e medo devido às medidas rígidas contra vistos estudantis e ao monitoramento ideológico imposto pelo governo. Muitos adotaram estratégias de proteção que incluem apagar perfis nas redes sociais, limpar postagens antigas, evitar protestos, abandonar atividades extracurriculares e até cancelar viagens ao país de origem.
Núbia*, estudante brasileira em Harvard, cancelou uma passagem para o Brasil temendo não poder retornar aos EUA, enquanto o pesquisador Carlos* já transportou bens materiais para o Brasil por receio de perder o visto. A orientação para esses estudantes é clara: evitar qualquer ação que possa ser interpretada como suspeita, seja nas redes sociais ou na vida acadêmica.
Trump criticou universidades por suposta doutrinação ideológica e chegou a ordenar a suspensão da concessão de vistos estudantis, além de ameaçar cortes de verbas em instituições que não se adequem às suas exigências — medidas que têm sido alvo de contestação judicial.
Casos como o da estudante turca Rumeysa Ozturk, detida por manifestar apoio a palestinos, ampliaram o clima de medo. Muitos alunos, como Mei Ling*, da China, revelam que até pequenas interações com a polícia ou apoio a movimentos sociais nas redes podem levar ao cancelamento do visto.
A comunidade internacional nas universidades americanas vive uma realidade marcada pela vigilância e pela autocensura, com impactos diretos na vida acadêmica e no futuro profissional desses estudantes.