As primeiras pedras produzidas a partir das cinzas de Preta Gil chegaram às mãos de amigos próximos, que anos atrás haviam tatuado um diamante no dedo como símbolo de união. O grupo — formado por Preta, Duh Marinho, Gominho e mais duas amigas, conhecidos como “Diamonds” — foi o primeiro contemplado, enquanto um diamante adicional será destinado aos demais familiares.
A entrega emocionou quem recebeu o presente. Ao abrir a caixa, Marinho reagiu com surpresa e carinho, reforçando o pacto que o grupo mantinha com a cantora. Para eles, o simbólico diamante ganhou uma nova camada de significado após a morte da artista.
Gominho, comovido, contou que via Preta como um “diamante bruto”, alguém que se moldava por conta própria, sem permitir interferências externas. Ele destacou ter aprendido com a amiga a importância de não se deixar “lapidar” pelos outros.
Entre os homenageados também estão a neta da cantora, Sol de Maria, e a mãe, Sandra Gadelha. Cada pedra recebeu um número de certificação gravado a laser — identificável apenas com lupa de alta ampliação — e o nome de Preta marcado no material. Para o grupo, o gesto reforça a ideia de força e resistência associada à artista.
A história por trás da homenagem ganhou destaque depois que o Fantástico mostrou que o desejo da cantora era transformar parte de suas cinzas em diamantes. A ideia surgiu quando Preta soube que laboratórios conseguiam produzir pedras preciosas utilizando carbono, o que ela considerou “magnífico”.
As cinzas foram enviadas a um laboratório em São Paulo, onde passaram por um processo baseado em nanotecnologia, capaz de transformar o carbono em diamante. A iniciativa atendeu ao pedido deixado pela cantora, que morreu em julho, vítima de complicações de um câncer no intestino.
A memória de Preta continua presente também em seu trabalho: ao lado de Gominho, Duh Marinho e Jude Paulla, ela aparece na capa do single Brisa dendê, lançado justamente no dia em que completaria 51 anos.