Foto: Ricardo Stuckert/PR
Thursday, 18 de September de 2025 - 18:51:44
Apesar de liberar emendas parlamentares, mobilizar ministros da chamada “Frente Ampla” e do Centrão e orientar parte da base a se ausentar do plenário, o governo Lula não conseguiu evitar a derrota na votação que aprovou a urgência do projeto de anistia.
DISPUTA POLÍTICA

Apesar de liberar emendas parlamentares, mobilizar ministros da chamada “Frente Ampla” e do Centrão e orientar parte da base a se ausentar do plenário, o governo Lula não conseguiu evitar a derrota na votação que aprovou a urgência do projeto de anistia. A decisão, no entanto, também não representou uma vitória plena para a oposição, que dificilmente conquistará apoio para estender a medida ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Nos bastidores, aliados do Planalto afirmaram que o maior beneficiado foi o Centrão, que conseguiu manter influência sobre o desenho da proposta. Um assessor presidencial que acompanhou as negociações avaliou: “O governo perdeu, a oposição venceu apenas pela metade, mas quem saiu ganhando foi o Centrão. Bolsonaro terá penas reduzidas, mas seguirá inelegível, abrindo espaço para Tarcísio de Freitas, preferido do bloco”.

O desfecho foi definido quando Lula recusou atender à exigência do Centrão de apoiar a chamada PEC da Blindagem. Sem essa concessão, os partidos do grupo decidiram apoiar a urgência da anistia, apesar de 12 deputados petistas terem votado de forma divergente da orientação oficial do partido.

Em acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) foi indicado relator. Caberá a ele apresentar um texto intermediário, centrado na redução de penas. “Essa diminuição não pode ser tão pequena a ponto de o PL rejeitar, nem tão ampla a ponto de o Senado barrar”, explicou um interlocutor próximo de Motta.

Enquanto isso, o PL segue pressionando por uma anistia mais abrangente. Até a véspera da votação, a legenda ainda defendia o perdão total e deve insistir em obter vantagens adicionais para Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e três meses de prisão no julgamento sobre o núcleo central da tentativa de golpe.

Texto/Fonte: G1