A favela de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, amanheceu com policiamento reforçado após confrontos violentos registrados na quinta-feira (10), que terminaram com dois suspeitos mortos, três presos e um policial ferido. Os desdobramentos da ação policial provocaram tumulto, incêndios e vandalismo nas ruas da região.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os policiais foram acionados por volta das 16h após uma denúncia de homens armados atuando em um ponto de venda de drogas na Rua Rudolf Lotze. Durante a operação, os suspeitos fugiram para dentro de uma residência, onde um deles foi morto a tiros e dois acabaram presos. No local, foram apreendidas armas de fogo, munições, drogas, celulares, dinheiro e anotações relacionadas ao tráfico.
Momentos após a ação, moradores iniciaram protestos. De acordo com a GloboNews, por volta das 19h já havia cerca de 20 focos de incêndio em ruas próximas à comunidade, incluindo pontos importantes como a Avenida Giovanni Gronchi e a Praça Moacir Nicodemus. Homens encapuzados armados com pedras e pedaços de madeira foram flagrados depredando veículos, um dos quais chegou a ser tombado. O grupo fugiu com a chegada das viaturas.
A segunda morte, de um homem de 29 anos, foi confirmada pela SSP nesta sexta-feira (11). Ele teria sido baleado durante um novo confronto, por volta das 20h, quando policiais foram recebidos a tiros em outro ponto de Paraisópolis. Um agente da Rota ficou ferido e foi levado ao Hospital Albert Einstein. O outro morto era um jovem de 24 anos, com histórico de apreensões por ato infracional análogo ao tráfico de drogas ainda antes da maioridade.
A Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar todas as ocorrências e informou que as câmeras corporais dos policiais envolvidos estavam ativas durante a operação. As imagens estão sob análise. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) também abriu inquérito para investigar os fatos.
Em entrevista ao SP2, o coronel Emerson Massera, chefe da comunicação da PM, declarou que a corporação intensificou o policiamento na região para garantir a ordem e prevenir novos crimes. Ele também detalhou que a operação foi motivada por uma denúncia relacionada a uma “casa-bomba” e que essa informação foi confirmada durante a abordagem.
Massera afirmou que os atos de vandalismo são reações criminosas à ação policial: “Foi uma ação legítima dos policiais. Como retaliação, os criminosos estão provocando tumultos e atos de vandalismo”. Segundo ele, o objetivo agora é proteger os acessos à comunidade e restabelecer a segurança local.
A PM também confirmou que dois dos três presos eram foragidos da Justiça por roubo, sendo que um deles não retornou da saída temporária concedida em março de 2024. Os três passarão por audiência de custódia no Fórum da Barra Funda.
As ações em Paraisópolis seguem sob investigação e as forças de segurança continuam na região. As autoridades afirmam que diligências estão em andamento para esclarecer completamente as circunstâncias dos confrontos.