Durante a abertura política da COP30, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um investimento de R$ 7 bilhões em iniciativas de restauração florestal e fortalecimento da bioeconomia brasileira. Os recursos, segundo o banco, reúnem diferentes instrumentos financeiros — como crédito, garantias, concessões e apoio produtivo — e serão aplicados em todos os biomas do país, com o objetivo de consolidar o Brasil como líder global na recuperação de ecossistemas e no uso sustentável de espécies nativas.
De acordo com o BNDES, o montante equivale ao plantio de 280 milhões de árvores, à recuperação de 168 mil hectares, à geração de 70 mil empregos e à captura de 54 milhões de toneladas de CO₂ equivalente — o que representaria três anos sem automóveis em circulação na cidade de São Paulo.
“Estamos transformando o Arco do Desmatamento no Arco da Restauração”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante, ao destacar que a meta inicial, de R$ 1 bilhão anunciada na COP28, foi multiplicada por sete. “É o Brasil mostrando que é possível restaurar o planeta e desenvolver a economia verde”, completou.
O anúncio está inserido no escopo da plataforma BNDES Florestas, que concentra todos os programas da instituição voltados à restauração e ao manejo sustentável. Entre eles estão Floresta Viva, Arco da Restauração, Restaura Amazônia e ProFloresta+, além de linhas de crédito do Fundo Clima. As ações são desenvolvidas em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a Petrobras, a Embrapa e diversas universidades federais.
Criado durante a COP28, o BNDES Florestas prevê investimentos de cerca de R$ 200 bilhões até 2030, com a meta de restaurar 6 milhões de hectares prioritários e remover 1,65 bilhão de toneladas de carbono da atmosfera. O Fundo Clima, por sua vez, já liberou R$ 1,9 bilhão em crédito para 14 projetos de restauração e manejo de espécies nativas, alavancando R$ 5,7 bilhões em aportes privados.
Na Amazônia, o destaque é o programa Arco da Restauração, lançado na COP28, que já mobilizou R$ 2,4 bilhões. Dentro dele, o Restaura Amazônia conta com R$ 500 milhões em recursos não reembolsáveis — sendo R$ 450 milhões do Fundo Amazônia e R$ 50 milhões da Petrobras — para apoiar sistemas agroflorestais e recomposição de áreas degradadas.
Os 45 projetos já selecionados envolvem ações em nove unidades de conservação, 80 assentamentos rurais e 39 terras indígenas. Além disso, o BNDES Florestas Inovação, em parceria com a Embrapa e a UFSCar, investe R$ 30,8 milhões em pesquisas sobre silvicultura de espécies nativas, abordando desde o melhoramento genético até o manejo sustentável.
Segundo o banco, as iniciativas atuam de forma integrada e circular: viveiros florestais abastecem diferentes programas regionais, redes de sementes apoiadas pelo Fundo Amazônia fornecem insumos para novos plantios e os contratos de carbono do ProFloresta+ atraem capital privado para expandir a restauração em larga escala.