O governo brasileiro afirmou, em nota divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que tem buscado negociação com os Estados Unidos diante do tarifaço anunciado unilateralmente pelo presidente Donald Trump. A sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros começa a valer a partir desta sexta-feira (1º), caso não haja recuo por parte dos norte-americanos.
Segundo o MDIC, o Brasil mantém postura aberta ao diálogo, “sem contaminação política ou ideológica”, reforçando que a soberania nacional e o Estado democrático de direito são inegociáveis. “Nosso objetivo é preservar e fortalecer uma parceria econômica robusta de mais de 200 anos com os EUA”, declarou o ministério.
As tarifas foram anunciadas em carta enviada por Trump ao presidente Lula no último dia 9. Posteriormente, o republicano justificou a medida afirmando que visa pressionar países com os quais os EUA têm tido "relações ruins", embora o Brasil não tenha sido citado nominalmente.
Neste domingo (27), o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reiterou que não haverá prorrogações: a medida entra em vigor no dia 1º de agosto.
Para discutir a crise, o chanceler Mauro Vieira desembarcou nos Estados Unidos acompanhado de senadores. Oficialmente, ele participará de compromissos na ONU, mas uma reunião com autoridades americanas em Washington só ocorrerá se houver sinalização de reabertura das negociações.
De acordo com a Amcham Brasil, quase 10 mil empresas brasileiras podem ser prejudicadas com a imposição tarifária. O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin destacou que grandes companhias norte-americanas também seriam afetadas. “Empresas como General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar têm forte presença no Brasil e exportam para os EUA”, disse.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou o compromisso do governo: “Não vamos deixar ao desalento os trabalhadores brasileiros. Tomaremos as medidas necessárias”.