O Brasil reforçou seu protocolo de vigilância e controle da gripe aviária após a confirmação do primeiro foco em granja comercial no município de Montenegro (RS) — estado que ocupa o 3º lugar na produção nacional de frangos. Até então, desde a chegada do vírus H5N1 ao país em 2023, todos os casos estavam restritos a aves silvestres e criações domésticas.

Diante da confirmação laboratorial, o Serviço Veterinário Oficial (SVO) declarou emergência sanitária e passou a aplicar rigorosas medidas de contenção:

• Eliminação total das aves da granja, inclusive as saudáveis;

• Destruição de ovos, embalagens e subprodutos;

• Rastreamento e inutilização de ovos fertilizados já distribuídos;

• Descarte e tratamento de resíduos, como carcaças e esterco;

• Desinfecção completa de instalações, veículos e equipamentos;

• Imposição de zonas de controle com raio de até 15 km, com barreiras sanitárias e inspeções em mais de 500 propriedades na região.

A propriedade afetada, com 17 mil aves matrizes, foi isolada. O governo prevê indenização aos produtores afetados, mediante avaliação técnica.

Já em casos envolvendo aves silvestres ou criações domésticas, o protocolo é semelhante. Desde maio de 2023, o Brasil investigou 2.883 notificações, das quais 166 foram confirmadas: 164 em aves silvestres, 3 em criações de subsistência e 1 em granja comercial.

Mesmo sem risco comprovado ao consumo, alguns países suspenderam temporariamente a compra de frango brasileiro, medida considerada preventiva diante do novo foco.

As ações visam preservar o status sanitário do país, essencial para manter a confiança dos mercados internacionais e evitar a disseminação da doença na avicultura industrial.