O levantamento anual sobre produção animal no Brasil revelou que, em 2024, o país voltou a registrar números históricos em diferentes setores do agronegócio. A criação de galinhas atingiu patamar inédito e o rebanho bovino alcançou o segundo maior resultado desde o início da série, em 1974.

No caso das aves, o total chegou a 1,6 bilhão — quase oito vezes a população brasileira. Apenas as galinhas somaram 277,5 milhões, alta de 6,8% em relação a 2023. O Espírito Santo, com destaque para Santa Maria de Jetibá, lidera a produção e mantém o título de “capital do ovo”.

A produção desse alimento também atingiu recorde: 5,4 bilhões de dúzias, o equivalente a 64,8 bilhões de unidades, ou cerca de 305 ovos por habitante. O aumento foi registrado em 24 dos 27 estados brasileiros. Santa Maria de Jetibá, novamente, concentrou a maior fatia desse mercado.

Entre os bovinos, o país chegou a 238,2 milhões de cabeças — 12% a mais que a população nacional. Apesar do número expressivo, houve uma leve retração de 0,2% na produção, atribuída ao ciclo pecuário, que envolveu maior abate de fêmeas nos últimos anos. São Félix do Xingu, no Pará, permanece como o município com o maior rebanho do Brasil.

Além de bois e aves, a pesquisa destacou a expansão de outros setores. O rebanho de suínos somou 43,9 milhões de animais, enquanto os caprinos alcançaram 13,3 milhões, alta de 3,1% sobre o ano anterior e novo recorde. Os ovinos também cresceram, chegando a 21,9 milhões de cabeças, o maior número já registrado, equivalente a uma ovelha para cada dez habitantes.

O leite também apresentou avanço: foram produzidos 35,7 bilhões de litros, 1,4% a mais que no ano anterior, com movimentação de R$ 87,5 bilhões. O dado chama atenção porque o número de vacas ordenhadas caiu para o menor nível desde 1979, sinalizando aumento expressivo na produtividade.

Outros segmentos igualmente bateram recordes. A produção de mel de abelha chegou a 67,3 milhões de quilos, enquanto a aquicultura produziu 724,9 mil toneladas, com a tilápia respondendo por cerca de 70% do total.

Os números evidenciam a força do agro brasileiro, mas também apontam para desafios em meio às políticas internacionais. O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, preocupa exportadores, que temem perda de competitividade no mercado externo.