Muitos brasileiros que vivem em Paris acabam se instalando em studios de menos de 15 m², conhecidos como cubículos, diante da escassez de moradias e dos altos custos de aluguel na capital francesa. O estudante Rafael Mouzer, por exemplo, paga 650 euros (cerca de R$ 4,2 mil) por um espaço de 9 m², onde cama, cozinha e mesa de trabalho se apertam em um único cômodo.
Segundo levantamento do Itamaraty, cerca de 95 mil brasileiros vivem em Paris. Pesquisadores da UFF apontam que boa parte chegou com visto de estudante ou cidadania europeia, mas muitos enfrentam condições precárias de habitação. Em grupos de redes sociais, imigrantes trocam alertas sobre golpes no mercado imobiliário, como documentos falsos exigidos para alugar imóveis.
O governo francês exige que studios tenham no mínimo 9 m² de área e pode até atuar como fiador, mas a crise habitacional persiste. Fatores como imóveis vazios, aluguéis de temporada para turistas e pouca oferta de novas construções ampliam a dificuldade de acesso à moradia.
Apesar do aperto, brasileiros relatam que morar em Paris representa uma oportunidade profissional e educacional. “É um espaço pequeno, mas aqui minha filha tem chances de estudar melhor e aprender francês”, disse o chef André Oliveira, que divide um estúdio de menos de 15 m² com a esposa e a filha.