O Instituto Nacional do Câncer estima 68 mil novos casos da doença neste ano. Se diagnosticada precocemente, a chance de cura é superior em 90% dos casos.

Convencer o homem a cuidar da própria saúde ainda é um desafio no Brasil. O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens no Brasil, atrás do tumor de pele não-melanoma, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer.

São estimados 68 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil neste ano, ainda conforme o instituto. Se a doença for diagnosticada e tratada precocemente, tem chance de cura superior a 90% dos casos.

Para prevenir é preciso vencer o preconceito que muitos homens têm em fazer o exame. Para o médico urologista Aparecido Donizeti Agostinho, da Unimed Bauru, a melhor forma de prevenir a doença é o diagnóstico precoce, pois aumenta as chances de cura.

“Sabemos que uma alimentação saudável e rica em frutas, verduras, azeite e pobre em gordura de origem animal diminuem a probabilidade de desenvolvimento do câncer. A exposição ao sol (vitamina D) parece ajudar e, finalmente, ter vida sexual ativa, com ejaculações frequentes também diminui a chance.”

A fase inicial do câncer da próstata não provoca sintomas, por isso é tão importante fazer a avaliação da próstata anualmente, mesmo em casos em que não há sinais aparentes.

O médico explica que os sintomas estão relacionados ao crescimento local do tumor ou às metástases com a disseminação da doença. “Com o tumor avançado localmente pode ocorrer dificuldade para urinar, sangramento e insuficiência renal. Na doença disseminada é frequente o surgimento de dores ósseas.”

As causas da doença não são definidas no meio médico, mas fatores hormonais, ambientais e genéticos estão envolvidos. O médico acredita que os fatores de risco incluem a idade, particularmente após os 50 anos, histórico familiar de câncer da próstata, obesidade, dieta rica em gorduras de origem animal, entre outros.

Diagnóstico e tratamento

O rastreamento do câncer de próstata é feito pela dosagem de PSA (Antígeno Prostático Específico) sérico e pelo exame de toque retal. A médica radio-oncologista do Hospital Unimed Bauru, Tatiana Taba Fuzisaki Nakandakare, explica que os métodos são complementares e podem aumentar as chances de detecção da doença se forem utilizados em conjunto.

“Quando há suspeita de câncer de próstata após alterações desses parâmetros, o diagnóstico definitivo será através de biópsia da próstata guiada por ultrassom.”

Outros exames de imagem são usados para complementar o diagnóstico do câncer de próstata como ressonância magnética multiparamétrica, tomografia computadorizada e cintilografia óssea. Outro exame de diagnóstico, ainda de pouco acesso, é o PET-CT GA-68 PSMA.

O tratamento da doença é feito através de cirurgia, radioterapia (teleterapia e braquiterapia), hormonioterapia, quimioterapia e imunoterapia.

A médica explica que a indicação e o tipo de tratamento para o câncer de próstata dependem do estado da doença ao diagnóstico. “A partir do tamanho do tumor, do resultado da biópsia e da dosagem do PSA, os pacientes são classificados em graus de riscos: baixo, intermediário favorável, desfavorável, alto e muito alto.”

Os pacientes de baixo risco podem se beneficiar de monoterapia como cirurgia ou radioterapia, enquanto os de alto risco devem receber a associação de radioterapia com hormonioterapia ou, em alguns casos selecionados, cirurgia.