No leste de Cuba, os caramujos arborícolas do gênero Polymita vêm desaparecendo de seus habitats naturais. Conhecidos por suas conchas vibrantes e coloridas, com padrões únicos, esses caramujos se tornaram alvo de colecionadores, o que tem levado várias espécies à beira da extinção.
A mais ameaçada é a Polymita sulphurosa, cuja concha verde-limão com detalhes em azul, laranja e amarelo chama a atenção tanto de cientistas quanto de compradores. Segundo o geneticista evolutivo Angus Davison, da Universidade de Nottingham, essa beleza atrai colecionadores e alimenta o comércio ilegal de conchas, aumentando a vulnerabilidade dos animais.
Apesar de existirem normas internacionais que proíbem a retirada e comércio dessas conchas sem permissão, como as regras da CITES (Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas), a fiscalização é difícil, e o comércio online continua ativo, com conchas sendo vendidas por valores elevados em plataformas estrangeiras.
Além da coleta, as mudanças climáticas e a perda das florestas naturais ameaçam os caramujos. Em Cuba, o biólogo Bernardo Reyes-Tur enfrenta desafios como a instabilidade no fornecimento de energia para tentar reproduzir os animais em cativeiro, buscando preservar a espécie.
Paralelamente, pesquisadores britânicos estudam o genoma dos Polymita para entender melhor a evolução das cores e auxiliar na conservação dessas espécies únicas, que só existem nessa região cubana.
O objetivo é evitar que a beleza única desses caramujos, que os torna tão especiais e admirados, seja também a causa da sua extinção.