A morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) completa dois mil dias nesta segunda (04) com a expectativa de novas colaborações premiadas e por um julgamento do Supremo Tribunal Federal que pode determinar a entrega de novas provas às equipes do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal que ainda tentam uma solução para o crime.
O principal foco dos investigadores é descobrir se houve um intermediário entre os dois ex-policiais militares presos pelo crime, e os supostos mandantes.
Para isso, a colaboração premiada fechada pelo ex-policial militar Élcio Queiroz neste ano deu uma nova perspectiva aos investigadores. Ele admitiu que dirigiu o carro em que o ex-PM Ronnie Lessa estava quando fez os disparos que mataram Marielle e seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
A CNN apurou que a delação de Élcio Queiroz surpreendeu a equipe de Ronnie Lessa, e houve discussão sobre a possibilidade de uma troca em sua equipe de defesa.
Com base em um dos anexos da delação, a Polícia Federal conseguiu em julho a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, que participou da ocultação das armas usadas no crime. De julho para cá, a estratégia dos investigadores tem sido pressionar Corrêa, visto como um colaborador em potencial.
A pressão se dá com o avanço de investigações que envolvem os negócios do ex-bombeiro. A esposa dele chegou a ser alvo de uma busca e apreensão.
Na semana passada, um policial militar foi preso por, segundo os investigadores, ocupar o lugar de Maxwell na organização criminosa que explora serviços clandestinos de TV no Rio de Janeiro.
Os investigadores ainda aguardam um conjunto de dados do Google que podem ajudar a concluir a apuração sobre quem se comunicou sobre a agenda de Marielle Franco em março de 2018. O caso está no Supremo Tribunal Federal, sobre relatoria da ministra Rosa Weber – que se aposenta no mês que vem.
O Ministério Público conseguiu uma série de decisões favoráveis para ter acesso aos identificadores de pessoas que buscaram o nome e a agenda da vereadora Marielle Franco (PSOL) dias antes de sua morte, em 2018.
O Google recorreu ao STF e ainda não há data para o julgamento, que terá repercussão geral, ou seja, vai balizar outras decisões sobre o tema. A empresa entende que este é um precedente perigoso, que viola o sigilo de uso do buscador.