O Ministério do Comércio da China anunciou nesta sexta-feira (2) que está avaliando a proposta enviada pelos Estados Unidos para retomar conversas sobre a disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo. Em comunicado oficial, a pasta afirmou que recebeu “informações por canais apropriados” manifestando o desejo de Washington de iniciar negociações.
No entanto, a China ressaltou que apenas abrirá diálogo se os EUA demonstrarem “sinceridade”, o que, segundo o ministério, implica em “corrigir práticas equivocadas e cancelar tarifas unilaterais”. A nota alerta que qualquer tentativa de usar as conversas como “pretexto para coação e extorsão” seria inaceitável e “prejudicaria ainda mais a confiança mútua”.
O embate tarifário teve início quando o governo Trump anunciou taxações de 34% sobre diversos produtos chineses importados pelos EUA, estratégia que visava forçar Pequim a aceitar concessões comerciais. Como retaliação, a China aplicou tarifas de igual magnitude sobre itens norte-americanos. Nos últimos dias, o próprio ex-presidente Trump afirmou que autoridades chinesas estariam interessadas em negociar e que via “boas chances” de um acordo, mas Pequim negou que haja tratativas em curso.
Em seu comunicado, o Ministério do Comércio chinês insistiu na necessidade de reciprocidade: “Se os EUA não corrigirem suas medidas tarifárias equivocadas e unilaterais, isso indicará falta de boa-fé e aprofundará as desconfianças entre as partes.”
A advertência de Pequim reforça a disposição do país em resistir a pressões que considere injustas, mesmo enquanto avalia o convite estadunidense. A disputa comercial tem efeitos globais, afetando cadeias de suprimento e estimulando reformas em mercados de matéria-prima e tecnologia.
À medida que ambas as partes observam as eleições presidenciais americanas e se preparam para definir suas estratégias de comércio exterior, o desfecho desse imbróglio poderá influenciar o panorama econômico mundial nos próximos anos.