Uma comitiva formada por representantes da ONG chinesa Global Environmental Institute (GEI) e da GS1 China está em Mato Grosso nesta semana para aprofundar parcerias voltadas à rastreabilidade socioambiental da carne bovina destinada ao mercado chinês. A agenda inclui reuniões com o Instituto Mato-grossense da Carne (IMAC), visita a uma fazenda em Nova Mutum nesta quarta-feira (16) e a um frigorífico em Várzea Grande na quinta (17).
O objetivo da missão é colaborar no desenvolvimento de um projeto-piloto, em parceria com o IMAC, que comprove ao consumidor chinês que a carne produzida em Mato Grosso é proveniente de propriedades sem desmatamento ilegal. A iniciativa está inserida na plataforma Passaporte Verde, criada pelo instituto, que monitora e rastreia individualmente os animais desde o nascimento até o abate.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, destacou que o Estado alia a alta produtividade agropecuária à preservação ambiental. “Com o Passaporte Verde e essa colaboração com a China, estamos agregando valor à carne mato-grossense com responsabilidade socioambiental. Esse é o novo caminho para quem quer competir globalmente”, afirmou.
Durante a visita à fazenda em Nova Mutum, a comitiva acompanhará as etapas de criação, manejo e estrutura de rastreabilidade, além da preservação dos recursos naturais, pontos essenciais para a certificação “Desmatamento Ilegal Zero”. A visita servirá também para definir os dados prioritários no sistema de rastreamento.
No frigorífico, em Várzea Grande, os chineses irão observar os processos de abate e processamento da carne, avaliar os pontos críticos da cadeia produtiva e discutir o uso de tecnologias como o Digital Link — um QR Code impresso na embalagem que dá acesso direto às informações do produto, reforçando a transparência e a segurança para o consumidor.
O diretor do programa de rastreabilidade da GEI, Peng Ren, afirmou que a iniciativa pode atender à crescente preocupação dos consumidores chineses com a origem da carne. “Queremos mostrar que é possível garantir, com dados confiáveis, que a carne adquirida pelo nosso país vem de propriedades que respeitam o meio ambiente”, pontuou.