O peixe-balão da Amazônia pertence à família Tetraodontidae, que reúne cerca de 190 espécies, das quais quase 30 vivem em águas doces da América do Sul, África e Sudeste Asiático. No Brasil, destacam-se duas espécies amazônicas: Sphoeroides tocantinensis, encontrada nos rios da Amazônia Oriental, e Sphoeroides sellus, típica da Amazônia Ocidental.
Com cerca de 15 centímetros, esses baiacus possuem coloração que mistura tons amarelo-esverdeados e preto. Sua principal característica é a capacidade de inflar o corpo rapidamente ao engolir água ou ar, mecanismo de defesa que dificulta a captura por predadores. Essa adaptação é possível graças à ausência de costelas, musculatura especial e alta flexibilidade da pele e dos tecidos internos.
Além de seu mecanismo de defesa, o baiacu amazônico apresenta um modo peculiar de nadar: ele se movimenta de forma rígida, impulsionando-se principalmente com as nadadeiras dorsal, anal e peitoral, enquanto a caudal funciona mais como leme para direcionar o nado. Essa locomoção lenta o torna mais vulnerável a predadores, compensada pelo inchaço que confere proteção.
É importante destacar que essas espécies possuem toxinas, principalmente no fígado e ovários, que podem ser perigosas à saúde humana, por isso seu consumo é contraindicado.
O baiacu se alimenta de pequenos invertebrados aquáticos, como crustáceos e moluscos, que consegue triturar com seus dentes fortes, organizados em quatro lâminas. Costuma nadar sozinho ou em pequenos grupos.
Ainda pouco se sabe sobre sua reprodução, mas acredita-se que a desova ocorra nas margens dos rios durante o período de cheia, com as larvas sendo levadas para lagos de várzea e afluentes, onde encontram abrigo e alimento, seguindo um padrão comum a outras espécies amazônicas.