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Domingo, 28 de abril de 2024 - 17:58:52
Crise na Saúde de Cuiabá: Médicos Estão sem Receber Há Mais de 100 Dias
CAOS NA SAÚDE DE MT
Em Cuiabá, médicos vinculados ao Hospital Municipal e a todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) enfrentam uma situação crítica, acumulando mais de cem dias sem receber pelos plantões realizados

Em Cuiabá, médicos vinculados ao Hospital Municipal e a todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) enfrentam uma situação crítica, acumulando mais de cem dias sem receber pelos plantões realizados. Essa realidade afeta cerca de 250 mil atendimentos mensais na capital mato-grossense e intensifica a crise no sistema de saúde local, que já soma uma dívida de R$ 500 milhões.

As empresas responsáveis pelo pagamento dos profissionais, a Cooperativa de Atendimento Pré-hospitalar (Coaph) e a Family Medicina e Saúde, atribuem os atrasos à Prefeitura de Cuiabá e à Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), que, segundo elas, não efetuaram os repasses financeiros acordados. Isso levou a uma redução significativa na frequência dos plantões por parte dos médicos, agravando ainda mais o quadro de superlotação das unidades, conforme apontado em relatório exclusivo da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso (SES-MT).

A Coaph, com sede em Fortaleza, e a Family, gerida por Milton Correa da Costa Neto – ex-secretário-adjunto de saúde e investigado por desvio de verbas –, operam sem vínculos trabalhistas diretos com os médicos, complicando a situação dos profissionais, que se veem obrigados a cumprir extensas jornadas sem garantia de remuneração.

A crise se aprofunda com a ameaça de greve dos servidores da saúde, provocada também pelo corte de até 40% nos adicionais salariais dos profissionais pelo governo do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), embora a prefeitura afirme que tais valores foram regularizados após a liberação de recursos federais.

O Ministério Público Estadual, considerando o cenário de "insegurança e instabilidade financeira", destacou a urgência de soluções sustentáveis para o sistema de saúde de Cuiabá, que já foi motivo de pedidos de intervenção estadual devido a irregularidades anteriores.

Diante das demandas urgentes e da pressão do MPE, a Prefeitura de Cuiabá declarou que está em dia com os pagamentos contratados e acusou a gestão estadual anterior de não cumprir metas e de politizar a alocação de recursos, uma acusação negada veementemente pelo Governo do Estado, que reitera o cumprimento de seus compromissos financeiros.

A situação exige uma resposta rápida e eficaz para evitar o colapso total da saúde pública na capital mato-grossense, enquanto o Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso expressa sua indignação com os atrasos recorrentes, enfatizando que tais práticas são inaceitáveis.

O impasse entre as entidades governamentais e as prestadoras de serviço coloca em risco não apenas a saúde financeira da rede, mas também a física e o bem-estar dos pacientes que dependem desses serviços essenciais. A resolução desse conflito é aguardada com urgência por todos os envolvidos, principalmente pelos profissionais da linha de frente, que continuam a atender a população sob condições extremamente adversas.

Texto/Fonte: Redação com informações do Mídia News