Dez integrantes da cúpula do Comando Vermelho (CV) foram transferidos na noite de terça-feira (28) do presídio de Bangu 3 para o Bangu 1, unidade de segurança máxima do Rio de Janeiro. A medida, de caráter provisório, antecede a remoção dos detentos para presídios federais, autorizada pelo governo federal a pedido do governo estadual, após a megaoperação que resultou em dezenas de mortes nos Complexos da Penha e do Alemão.
Entre os presos transferidos está Marco Antônio Pereira Firmino, conhecido como My Thor, apontado como um dos principais líderes da facção. A lista também inclui Wagner Teixeira Carlos (Waguinho de Cabo Frio), Rian Maurício Tavares Mota (Da Marinha), Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha), Arnaldo da Silva Dias (Naldinho), Alexander de Jesus Carlos (Choque/Coroa), Leonardo Farinazzo Pampuri (Léo Barrão), Fabrício de Melo de Jesus (Bichinho), Carlos Vinícius Lirio da Silva (Cabeça do Sabão) e Eliezer Miranda Joaquim (Criam).
O governo do Rio pediu que os criminosos sejam distribuídos entre diferentes unidades federais para dificultar a comunicação interna e enfraquecer a hierarquia do CV dentro do sistema prisional.
A transferência ocorre no contexto da operação mais letal da história do estado, que deixou ao menos 128 mortos, segundo balanço atualizado. As ações policiais miraram redutos estratégicos da facção e resultaram em represálias violentas em diversos pontos da cidade, transformando o Rio em um cenário de guerra.
As investigações indicam que líderes da facção utilizavam grupos de aplicativos para comandar torturas, execuções e escalas de segurança dentro dos complexos. O governo estadual afirma que o combate ao crime organizado segue com apoio técnico dos ministérios da Justiça e da Defesa, embora o governador tenha dito que o Rio enfrenta o problema “sozinho”.