O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral. A primeira seria acidente. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade.
Entre os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil estão leucemia, linfoma e tumores do sistema nervoso central. A médica do Inca ressaltou, contudo, que os tumores em crianças são diferentes dos que acometem pessoas adultas. “Adulto tem muito carcinoma, tumores de células diferenciadas”. Os tumores de crianças são diferentes. Embora esses três tipos sejam mais frequentes, existe uma gama de tumores, como os embrionários, que ocorrem nos primeiros anos de vida. São exemplos os da retina, de rim, de gânglio simpático. “São tumores que acontecem, mais frequentemente, em crianças menores. Mas todos eles são muito diferenciados e respondem bem ao tratamento quimioterápico, normalmente. Essa é a principal informação que a gente tem para dar nesse dia tão importante”, reiterou a especialista.
As tecnologias de combate ao câncer desenvolvidas nas últimas décadas mudaram o paradigma de que essa é uma doença “incurável”. Tratamento baseado em perfil genético do paciente, radio e quimioterapias mais potentes e as imunoterapias elevaram a qualidade do atendimento, oferecendo doses de esperança a pacientes e seus familiares. No entanto, essas inovações, por si sós, não propiciam a democratização dos avanços da oncologia, principalmente no Brasil, país em que os dados sobre câncer são defasados.
A ONG Cirinho Sorrindo de Combate ao Câncer, atua incansavelmente no combate de novos casos de câncer, principalmente os infantis. Segundo a presidente da entidade, Sra. Carla Pianesso, a cidade de Sorriso-MT e região, o aumento é assustador; - “Estamos vivendo épocas difíceis. Semanalmente novos casos de câncer aparecem, os números estão aí balizados pelo próprio INCA, e nossa região não é diferente. Atualmente recebemos na nossa unidade cerca de 15 a 30 novos pacientes dos mais diversos tipos de câncer, e precisamos aparelhar melhor nossos hospitais e demais entidades que auxiliam nos tratamentos e nos acolhimentos tanto do paciente, quanto seus familiares”, relata.
Dentre tantas locais que nossa equipe multidisciplinar atua, estivemos este mês de julho levando conhecimento para os assistidos do projeto social Lar São Francisco da cidade de Sorriso-MT, que acolhe crianças em risco social levando educação, entretenimento e outras atividades para o complemento social, fortalecendo vínculos.
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Para cada tipo de câncer, os oncologistas do Inca procuram estudar a biologia da doença, para dar um tratamento que possa levar à chance de cura, com menos efeitos no longo prazo. “Para conseguir isso, temos que saber especificamente como a doença se apresentou à criança e, muitas vezes, as características biológicas do tumor. Isso vai nos guiar sobre o tratamento que oferece mais ou menos riscos para esse paciente ficar curado e seguir a vida”.
Em geral, o tratamento de um câncer infantil leva de seis meses a dois anos, dependendo do tipo de doença apresentada pelo paciente. Após esse prazo, a criança fica em acompanhamento, ou “no controle”, por cinco anos. Se a doença não voltar a se manifestar durante esses cinco anos, pode-se considerar o paciente curado. “Cada vez, a chance de a doença voltar vai diminuindo mais. A chance é maior no primeiro ano, quando termina o tratamento, e vai diminuindo mais e mais”, disse a oncologista pediátrica.
Mama, em mulheres, e próstata, em homens, continuam sendo os tipos da doença com maior incidência no País