Levantamento do Instituto Datafolha aponta que três em cada quatro brasileiros são contrários ao projeto aprovado na Câmara dos Deputados que prevê a criação de 18 novas cadeiras no parlamento federal. A proposta foi elaborada como resposta a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), mas acabou sendo modificada para evitar a perda de vagas por parte de estados que tiveram queda populacional.
Segundo os dados da pesquisa, 76% dos entrevistados se posicionaram contra o aumento no número de deputados. Outros 20% se disseram a favor, 2% não souberam opinar e 1% afirmaram ser indiferentes. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, nos dias 10 e 11 de junho, e tem margem de erro de dois pontos percentuais.
A decisão do STF obriga o Congresso a atualizar a distribuição das 513 cadeiras da Câmara com base nas mudanças populacionais registradas desde a última revisão, em 1994. Pela ordem da Corte, sete estados ganhariam cadeiras e sete perderiam. No entanto, o projeto aprovado pelos deputados dribla essa determinação, criando novas vagas e distribuindo-as apenas entre os estados que cresceram em população — o que impediria qualquer redução nas bancadas atuais.
A proposta ainda precisa passar pelo Senado, onde enfrenta resistência. Apesar do apoio do senador Davi Alcolumbre (União-AP), parlamentares criticam o impacto fiscal e consideram o momento inadequado para ampliar o número de deputados.
O relator da proposta na Câmara, deputado Damião Feliciano (União-PB), admitiu que a criação das novas cadeiras pode gerar um custo adicional anual de R$ 64,6 milhões. Já o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e Alcolumbre afirmam que os recursos já estariam previstos no orçamento e que não haveria impacto financeiro extra.