O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugura nesta terça-feira (23) o Debate Geral da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com expectativa de apresentar um contraponto às posições do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A fala de Lula acontece um dia após o governo americano anunciar novas sanções a cidadãos brasileiros, incluindo a revogação do visto do advogado-geral da União, Jorge Messias, e bloqueio de bens da esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes, sob a lei Magnitsky. As medidas foram motivadas pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe.
Lula mantém a tradição de abrir os debates, seguido pelo representante americano. A sessão está marcada para começar às 10h (horário de Brasília), e há possibilidade de que os dois presidentes se encontrem nos corredores da ONU ou assistam aos discursos um do outro.
Segundo auxiliares, o discurso de Lula deve tratar de temas como soberania nacional, defesa da democracia e do multilateralismo, críticas ao protecionismo e taxações, reforma da ONU, COP30 e preservação ambiental, além de conflitos na Faixa de Gaza e na Ucrânia. A intenção é reforçar o antagonismo às políticas de Trump, sem necessariamente citá-lo nominalmente.
A visita de Lula aos EUA é a primeira desde a posse de Trump e ocorre no momento considerado o mais crítico das relações bilaterais em décadas, após a imposição de sobretaxas de 50% a produtos brasileiros.