Um relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, produzido pela gestão Donald Trump e obtido pelo The Washington Post, deve acusar o governo Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de perseguirem politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. O documento, que será apresentado ao Congresso americano nesta terça-feira (12), afirma que a administração brasileira teria “suprimido de forma desproporcional” o discurso de apoiadores do ex-mandatário, investigado por tentativa de golpe.
O texto cita nominalmente Moraes, alegando que ele ordenou a suspensão de mais de 100 perfis na rede X (antigo Twitter), impactando usuários ligados à extrema direita. O relatório também critica medidas de censura e vigilância supostamente adotadas por governos ao redor do mundo contra opositores políticos.
A Casa Branca sob Trump considera Bolsonaro e sua família aliados políticos. No STF, o ex-presidente é réu por tentativa de golpe de Estado após a derrota para Lula em 2022.
O relatório de 2025 contrasta com o de 2024, elaborado pela gestão Joe Biden, que considerou as eleições brasileiras justas e livres. O documento anterior, no entanto, apontou problemas como assédio eleitoral, interferência de milícias no voto, inspeções excessivas da PRF em ônibus no Nordeste e questões mais amplas de direitos humanos, incluindo violência de gênero, contra minorias étnicas e contra a população LGBTQIA+.