Foto: Vyacheslav Madiyevskyy/REUTERS
Quinta, 13 de outubro de 2022 - 07:42:38
Drones 'kamikazes' russos atacam cidade próxima a Kiev, diz Ucrânia
GUERRA DA RÚSSIA
Aparatos são desenvolvidos pelo Irã e se destroem ao atingir o alvo. Ataque faz parte de ofensiva russa em retaliação a explosões na ponte da Crimeia. Na segunda-feira (10), Kiev sofreu o pior bombardeio desde o início da guerra.

Rússia lançou nesta quinta-feira (13) três drones "kamikazes" contra os arredores de Kiev, afirmou o governo ucraniano. A aeronave não tripulada, de fabricação iraniana e que se destrói ao ser lançada contra seus alvos, tem sido utilizada pela Rússia nas últimas semanas como forma de resistir à contraofensiva da Ucrânia para recuperar seus territórios.

Segundo o governo ucraniano, o ataque desta quinta-feira foi feito com drones do modelo Shahed-136, de fabricação iraniana. O governo do Irã, no entanto, nega ter fornecido o armamento a Moscou, que também não comentou a utilização desse tipo de armamento.

 

 

Os drones foram lançados sobre Makariv, que fica a cerca de 50 quilômetros a oeste da capital ucraniana. As autoridades da cidade afirmaram que as aeronaves atingiram "instalações críticas de infraestrutura" - um tipo de ataque que também tem sido uma das táticas atuais das tropas russas.

Até a última atualização desta notícia, não havia registro de vítimas, mas equipes de resgate seguiam nos locais atingidos.

 

"Houve um bombardeio noturno de drones por invasores na comunidade Makariv", disse Andriy Nebytov, chefe da polícia da região de Kyiv, no aplicativo de mensagens Telegram.

 

LEIA TAMBÉM:

 

 

Militar ucraniano inspeciona "drone kamikaze" Shahed-136 — Foto: Vyacheslav Madiyevskyy/REUTERS

Militar ucraniano inspeciona "drone kamikaze" Shahed-136 — Foto: Vyacheslav Madiyevskyy/REUTERS

O ataque com os drones faz parte de uma retaliação da Rússia anunciada pelo próprio presidente Vladimir Putin após explosões na ponte da Crimeia na semana passada. A ponte - um símbolo de poder para Putin - foi construída em 2018 pelo governo russo para ligar por terra o território do país à península da Crimeia, que faz parte da Ucrânia mas foi anexada pela Rússia em 2014.

Putin acusou o governo ucraniano de estar por trás das explosões na ponte e anunciou uma forte resposta. Dois dias depois, na segunda-feira (10), a Rússia lançou mísseis sobre a capital Kiev na maior ofensiva desde o início da guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro, e 14 pessoas morreram.

 

 

 

Apoio da Otan

 

Também nesta terça-feira, países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciaram que enviarão sistemas de proteção antimíssil à Ucrânia. Na terça-feira (11), durante uma cúpula de emergência convocada após os bombardeios russos a Kiev, os líderes do G7 - o clube dos países mais ricos do mundo - declararam apoio irrestrito e por tempo indeterminado à Ucrânia.

Mas a proximidade de Kiev com a Otan - um dos motivos alegados por Putin para atacar o país vizinho - voltou a escalar as tensões entre Ucrânia e Rússia. Nesta manhã, o conselheiro de segurança do governo russo alertou de uma possível "Terceira Guerra Mundial" caso a Ucrânia se una à aliança militar do Ocidente.

Texto/Fonte: Por g1