Foto: Reprodução/Google Street View/TV Globo
Terça, 06 de maio de 2025 - 14:01:06
Edifício em Piedade já estava interditado e apresentava sinais de risco; estrutura era do tipo “prédio-caixão”
PRÉDIO DESABA EM JABOATÃO DOS GUARARAPES; DEFESA CIVIL AINDA VERIFICA SE HÁ VÍTIMAS

Um prédio de quatro andares desabou por completo na manhã desta terça-feira (6), no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Apesar de não haver, até o momento, registros confirmados de vítimas, equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil fazem buscas nos escombros com cães farejadores, diante da possibilidade de alguém ter entrado no imóvel mesmo após a interdição.

O Edifício Kátia Melo havia sido esvaziado durante o fim de semana por apresentar indícios de colapso, como fissuras nas paredes, abatimento do piso e movimentações estruturais, segundo a Defesa Civil local. O acidente ocorreu por volta das 10h51, e imagens registradas por moradores mostram os destroços tomando conta da área.

A moradora Alneide, que vivia no segundo andar, relatou que a estrutura vinha dando sinais claros de deterioração nos dias anteriores, como portas emperrando e rachaduras se agravando. A artesã Rosa Alcântara, vizinha ao edifício, contou que ouviu um forte estrondo: “Quando olhei pela janela, era só poeira. Foi um susto enorme.”

O prédio fazia parte de um grupo de construções conhecidas como "prédios-caixão", comuns em Pernambuco desde os anos 1970. Feitos sem vigas ou pilares de concreto armado, esses imóveis usam as próprias paredes como estrutura. Um levantamento do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) identificou que cerca de mil desses edifícios apresentam risco alto de desabamento, com outros 260 classificados em risco muito alto.

Em 2023, tragédias semelhantes mataram 20 pessoas na região. O mais recente desabamento reacende o alerta para a urgência na demolição e fiscalização desses prédios. Após o acidente, a Neoenergia cortou o fornecimento elétrico da área para prevenir novos riscos. A Defesa Civil afirma que a responsabilidade pela segurança do imóvel, após a interdição, passou à administradora do condomínio.

Texto/Fonte: G1