A embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou nesta semana um comunicado com tom ameaçador direcionado a aliados do ministro Alexandre de Moraes, advertindo-os para que não colaborem com o que classificou como conduta abusiva por parte do magistrado. O alerta foi publicado nas redes sociais oficiais da representação diplomática e reforça a aplicação da Lei Magnitsky, norma norte-americana que permite sanções a estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou corrupção em larga escala.
De acordo com a nota, “os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”. A publicação reproduziu argumentos semelhantes aos feitos anteriormente pelo subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, Darren Beattie, que classificou Moraes como “principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores”.
Com base na Lei Magnitsky, o governo norte-americano declarou que bens vinculados a Moraes nos Estados Unidos estão bloqueados, e empresas com ligações com ele também ficam impedidas de operar. Além disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal está proibido de realizar transações com cidadãos ou empresas norte-americanas — o que inclui o uso de cartões de crédito de bandeira dos EUA.
A sanção foi oficialmente imposta pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que em pronunciamento usou o termo “caça às bruxas” para descrever a atuação de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A mesma expressão já havia sido empregada por Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, na carta em que anunciou tarifas sobre produtos brasileiros.
Bessent afirmou ainda que Moraes lidera “uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos judicializados com motivação política — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”. Segundo ele, a sanção representa um recado direto de que o Departamento do Tesouro “continuará responsabilizando aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos”.
Desde janeiro, os Estados Unidos estão sem um embaixador em Brasília. A função diplomática está sendo desempenhada interinamente por Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada. Até o momento, Trump ainda não indicou formalmente um nome para o posto de embaixador.