A terceira fase da Operação Safra, deflagrada pela Polícia Civil em Mato Grosso, revelou um esquema envolvendo um empresário do ramo de transportes que tentou levantar ilegalmente R$ 15 milhões junto ao BNDES para fortalecer um grupo criminoso especializado em furtos e desvios de cargas de soja e milho.
Segundo a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), o empresário, responsável por uma frota de seis caminhões-caçamba usados para transportar grãos furtados, planejara pagar R$ 500 mil em espécie como propina a um contato em Brasília para liberar o crédito de R$ 5 milhões, parte do montante total de R$ 15 milhões. A Polícia prendeu o empresário em flagrante enquanto transportava o valor da propina em uma caminhonete em Primavera do Leste.
As investigações mostram que o empresário atuava como operador financeiro do grupo, movimentando altas quantias em transferências bancárias para integrantes e familiares da organização criminosa. O esquema envolvia o aliciamento de funcionários de fazendas para facilitar o acesso clandestino dos caminhões aos silos de armazenamento, de onde os grãos eram desviados sem documentação fiscal.
A operação cumpriu 63 mandados judiciais e apura também a participação de núcleos especializados em falsificação de documentos e lavagem de dinheiro, com o objetivo de "esquentar" os grãos desviados por meio de notas fiscais falsas. O delegado Gustavo Colognesi Belão ressaltou que as investigações comprovam a responsabilidade do empresário e dos demais envolvidos pelos prejuízos milionários causados às vítimas.
O combate a essas organizações é fundamental para proteger a cadeia produtiva agrícola de Mato Grosso, maior produtor de grãos do país.