O empresário Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos, foi preso com 104 quilos de barras de ouro escondidos em uma caminhonete Hilux durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Rondônia. Após ser levado à sede da Polícia Federal (PF), ele optou por permanecer em silêncio durante o depoimento, sendo acompanhado por dois advogados desde o momento da abordagem até a formalização do procedimento policial.

Natural de Rondônia, Bruno é proprietário de uma loja varejista de vestuário e acessórios que leva seu nome e está registrada no bairro Lagoa, em Porto Velho, conforme informações da Receita Federal. No momento da abordagem, ele estava acompanhado da esposa e de um bebê. Durante a entrevista com os agentes, demonstrou nervosismo, o que levou a uma busca mais minuciosa no veículo.

A maior parte do ouro estava escondida no painel da caminhonete, que, segundo a PRF, não está registrada em nome de Bruno. A origem e o destino do minério ainda são desconhecidos, e a carga foi encaminhada à Polícia Federal para investigação. De acordo com o agente da PRF Rodrigo Magno, sinais de alteração em partes do interior do carro levantaram suspeitas e motivaram a inspeção mais detalhada. Ele afirmou que esses veículos costumam trafegar por rotas conhecidas da corporação.

A apreensão é a maior já realizada pela PRF em Rondônia. A segunda maior ocorreu em junho de 2024, quando 21 quilos de ouro em barras foram encontrados com duas pessoas, totalizando 33 barras. “Apesar de Rondônia registrar diversas ocorrências com ouro em garimpo, essa é, até agora, a maior apreensão de ouro no estado”, informou o policial rodoviário Rodolfo Magno.

Ao ser parado, Bruno alegou ser fiscal de obras e afirmou que havia saído de Manaus para inspecionar uma construção, mas não soube fornecer nome ou endereço da obra. A justificativa levantou desconfiança entre os agentes, contribuindo para a detecção do ouro escondido. Já na sede da PF, ele preferiu não prestar esclarecimentos.

Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Bruno argumentou que ele é um “trabalhador que, como milhares de brasileiros, atua em atividades relacionadas ao setor mineral”. O advogado Smiller Carvalho, de Roraima, responsável pela defesa, afirmou que o cliente está à disposição da Justiça e que enfrentará as acusações com serenidade, confiando nos princípios do devido processo legal e da presunção de inocência. Ele também pediu que a conduta do empresário seja analisada com equilíbrio, sem pré-julgamentos.