Renê Júnior, acusado de assassinar o gari Laudemir durante uma discussão no trânsito em Belo Horizonte, chegou a enviar mensagens à esposa, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamêgo Balbino, alegando inocência pouco antes de ser preso. “Estava no lugar errado na hora errada. Amor, eu não fiz nada”, afirmou em áudio enviado do estacionamento de uma academia de luxo no dia do crime.

O empresário foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça. A mulher também responde por porte ilegal de arma, já que a pistola usada no crime estava registrada em seu nome. Segundo o inquérito, Renê tentou ocultar provas ao pedir que a esposa entregasse outra arma, mas Ana Paula não respondeu às mensagens. A Justiça avaliará se ela pode ter a pena agravada em até 50% por ser servidora pública.

Dias após o crime, Renê confessou ter atirado contra o gari. Testemunhas relataram que a vítima trabalhava na coleta de lixo quando o empresário, ao volante de um carro elétrico, exigiu que o caminhão fosse retirado da rua. Diante da recusa, ele ameaçou a motorista e atirou em Laudemir, que foi socorrido, mas não resistiu. A prefeitura informou que o trabalhador atuava por meio de uma empresa terceirizada de limpeza.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram Renê manuseando armas em festas, disparando da varanda de uma casa e fazendo comentários sobre o poder de fogo dos equipamentos. Em um deles, aparece sorrindo após atirar. A gravação não tem data confirmada.

Nas redes sociais, Renê se descrevia como “cristão, marido, pai e patriota” e se apresentava como CEO da empresa Fictor Alimentos. Em nota, a companhia esclareceu que ele prestava serviços há poucas semanas e já foi desligado. A Fictor Alimentos S/A negou qualquer vínculo com o empresário.