Um engenheiro preso em flagrante por atear fogo em uma propriedade rural em Sorriso, Mato Grosso, foi liberado após pagar apenas 5,3% do valor da fiança estabelecida pela Justiça. A decisão causou controvérsia, especialmente durante a grave crise de incêndios florestais que atinge o estado.
O engenheiro foi flagrado por câmeras de segurança nas proximidades do incêndio, o que fortaleceu as provas contra ele. No entanto, o valor da fiança foi reduzido de R$ 15 mil para R$ 800, após o advogado de defesa alegar que o acusado estava desempregado.
A decisão gerou críticas, pois muitos acreditam que a soltura de um profissional com formação em engenharia, que deve entender os impactos ambientais das queimadas, envia uma mensagem negativa sobre a seriedade dos crimes ambientais. Especialistas destacam que a impunidade pode incentivar a prática de queimadas ilegais, causando danos ao meio ambiente e à saúde pública.
O incêndio ocorreu no último domingo (8) e foi rapidamente controlado pelo Corpo de Bombeiros. As câmeras de segurança desempenharam um papel crucial na identificação do engenheiro, que foi preso em flagrante.
Durante a audiência de custódia, o juiz determinou a soltura do acusado mediante o pagamento da fiança e o cumprimento de certas condições, como a presença em todos os atos do processo. No entanto, a juíza de plantão posteriormente decidiu reduzir a fiança, considerando as condições financeiras do engenheiro.
Mato Grosso enfrenta uma das piores crises de incêndios florestais dos últimos anos, com estiagem prolongada e queimadas criminosas devastando vastas áreas. A soltura de suspeitos de incêndio pode complicar ainda mais o combate às queimadas e aumentar os desafios na proteção ambiental.