Foto: REUTERS/Hamad I Mohammed/File Photo
Sexta, 20 de junho de 2025 - 16:23:00
Estreito de Ormuz, rota vital do petróleo global, volta a ser foco de tensão entre Irã e EUA
ESCALADA DE TENSÕES NO ORIENTE MÉDIO AMEAÇA O PETRÓLEO

Diante do aumento das tensões entre Irã e Israel, crescem os alertas sobre o risco de bloqueio do Estreito de Ormuz — passagem estratégica por onde circula cerca de 20% do petróleo consumido no mundo. O Irã já ameaçou fechar a rota em diversas ocasiões, mas nunca chegou a executá-lo. No atual contexto de conflito, no entanto, analistas avaliam que essa possibilidade voltou ao radar global.

O Estreito, que liga o Golfo Pérsico ao Mar da Arábia, tem apenas 33 km de largura em seu ponto mais estreito, com canais de navegação de apenas 3 km. A região é patrulhada pela 5ª Frota da Marinha dos EUA, baseada no Bahrein, responsável por garantir a segurança da navegação comercial.

Desde o início dos ataques na sexta-feira (13), o preço do petróleo disparou. O barril tipo Brent subiu de US$ 69,36 para US$ 78,74 (+13,5%) e o WTI saltou de US$ 66,64 para US$ 73,88 (+10,9%) em apenas uma semana. Especialistas do JPMorgan alertam que, no pior cenário, os preços podem alcançar entre US$ 120 e US$ 130 por barril, caso o estreito seja efetivamente bloqueado ou se houver retaliação de produtores da região.

Cerca de 18 a 21 milhões de barris de petróleo por dia passam por Ormuz, incluindo exportações de grandes membros da OPEP como Arábia Saudita, Irã, Kuwait, Emirados Árabes e Iraque. O Catar também depende do estreito para exportar a maior parte de seu gás natural liquefeito.

Alguns países do Golfo têm buscado alternativas logísticas para reduzir a dependência dessa rota, mas atualmente apenas cerca de 2,6 milhões de barris por dia poderiam ser escoados por oleodutos fora da área, segundo dados da Administração de Informação de Energia dos EUA. Enquanto isso, o mundo observa com apreensão a possibilidade de uma nova crise energética se desenhar em torno dessa frágil artéria do petróleo global.

Texto/Fonte: G1