Um estudo que mede o Índice de Progresso Social (IPS) revelou as cidades brasileiras com melhor qualidade de vida, evidenciando grandes desigualdades entre as regiões do país. O levantamento, que avaliou os 5.570 municípios brasileiros, utiliza 57 indicadores sociais agrupados em três grandes categorias: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades.
A metodologia vai além de infraestrutura e quantidade de serviços. O índice considera, por exemplo, se a educação recebida é de qualidade ou se os atendimentos de saúde realmente funcionam.
Na edição mais recente do estudo, Gavião Peixoto (SP) ficou novamente no topo do ranking nacional. Já Uiramutã (RR) apareceu como a pior classificada. Dos 20 melhores municípios, 18 estão nas regiões Sul e Sudeste, enquanto 19 dos piores estão no Norte e Nordeste, escancarando o desequilíbrio regional.
Um exemplo marcante é a comparação entre Duque de Caxias (RJ) e Uberlândia (MG). Apesar de terem PIBs per capita semelhantes, Uberlândia figura entre as mais bem avaliadas em bem-estar, enquanto Duque de Caxias ocupa as últimas posições entre as cidades com mais de 500 mil habitantes.
Segundo a coordenadora do IPS Brasil, Melissa Wilm, o índice funciona como uma ferramenta de gestão:
“Ele serve como uma bússola que pode ajudar sociedade civil, investidores e o poder público a identificar áreas que precisam de atenção e, assim, tomar melhores decisões.”
Apesar de uma ligeira melhora na média nacional desde o início do estudo, em 2024, os resultados ainda mostram que riqueza econômica não garante qualidade de vida. A Prefeitura de Duque de Caxias afirmou estar realizando obras em todos os distritos e comprometida em melhorar os índices sociais.