Uma pesquisa recente, conduzida por cientistas da Universidade do Colorado e de outras instituições americanas, indica que as auroras boreais podem se tornar mais frequentes e intensas nas próximas décadas. O estudo, publicado em março, analisou mais de 40 anos de dados coletados por satélites da NOAA que monitoram partículas energéticas na região da Anomalia do Atlântico Sul, onde o campo magnético da Terra é mais fraco.
Os pesquisadores identificaram uma queda no fluxo de prótons energéticos a partir de 2022, coincidindo com o início do atual ciclo solar 25. Esse fenômeno está associado ao aumento da radiação solar, que aquece e expande a atmosfera terrestre, provocando maior perda dessas partículas. A análise está alinhada com o Ciclo Centennial de Gleissberg, um ciclo solar de cerca de 80 a 100 anos que modula a atividade solar.
Com o Sol entrando em uma fase de maior atividade, a expectativa é que ocorram mais tempestades geomagnéticas, responsáveis pela criação das auroras boreais. Em maio de 2024, uma tempestade solar intensa permitiu a observação do fenômeno em latitudes médias, como nos Estados Unidos centrais e partes da Europa, evento mais forte desde 2003.
Apesar do otimismo, alguns especialistas, como o físico solar Scott McIntosh, recomendam cautela, afirmando que ainda é cedo para confirmar essa tendência e que mais estudos são necessários.
Além de tornarem as auroras mais visíveis, essas mudanças no ciclo solar têm impacto direto na segurança de satélites, redes elétricas e comunicações, exigindo atenção para a proteção das tecnologias e infraestrutura espacial.
Assim, o estudo reforça a importância de compreender os ciclos solares para planejar missões espaciais e mitigar riscos causados por tempestades solares extremas, enquanto pode popularizar o fascínio pelo espetáculo das luzes no céu noturno.