Donald Trump afirmou que os deputados republicanos da Câmara dos EUA deveriam votar a favor da abertura completa dos arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein. Em mensagem publicada nas redes sociais, o presidente declarou que “não há nada a esconder” e classificou as discussões sobre o tema como “uma farsa dos democratas”, afirmando que é hora de “seguir em frente”.
Segundo o republicano, se houvesse algo comprometedor, os opositores teriam divulgado antes da vitória eleitoral. A declaração foi feita em meio ao avanço de uma nova leva de documentos e mensagens atribuídas a Epstein, que reacenderam questionamentos sobre a relação entre ambos.
Nos últimos dias, congressistas democratas divulgaram e-mails que, segundo eles, levantam dúvidas sobre possíveis ligações entre Trump e o esquema de abusos conduzido pelo bilionário. Em um dos registros, datado de abril de 2011, Epstein afirma a Ghislaine Maxwell — sua assistente e posteriormente condenada por participação nos crimes — que Trump “sabia sobre as meninas”, muitas delas menores de idade identificadas em investigações posteriores. Ele também menciona que uma vítima não identificada teria passado “horas” na casa onde ambos estavam, sem que o assunto fosse citado.
Outro e-mail mostra Epstein debatendo como deveria responder à imprensa sobre sua relação com Trump, que à época ganhava notoriedade no cenário político.
A repercussão gerou pressão adicional sobre o atual governo Trump. A Casa Branca vem sendo cobrada a liberar integralmente os documentos do caso, especialmente após o Departamento de Justiça ter publicado, em fevereiro, parte do material sem trazer novas revelações. Durante a campanha, Trump havia prometido divulgar a chamada lista de clientes do esquema operado pelo criminoso sexual.
O tema segue sendo uma crise política sensível em Washington, ampliando o embate entre democratas, que defendem total transparência, e republicanos, que tentam controlar os danos em meio às demandas por divulgação completa do processo.