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Monday, 30 de June de 2025 - 15:05:05
Família de Juliana Marins solicita nova autópsia e cobra respostas sobre acidente na Indonésia
FAMÍLIA PEDE INVESTIGAÇÃO MAIS PROFUNDA

A família de Juliana Marins, jovem brasileira que morreu após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, recorreu à Justiça Federal para solicitar uma nova autópsia no Brasil. O pedido foi feito pela Defensoria Pública da União (DPU-RJ), com apoio da Prefeitura de Niterói, cidade natal da vítima.

A defensora Taísa Bittencourt Leal Queiroz argumentou que ainda há dúvidas quanto à causa e ao momento exato da morte. A solicitação pede que a nova perícia ocorra até seis horas após a chegada do corpo ao Rio de Janeiro. No entanto, o plantão da Justiça Federal decidiu não analisar o pedido, deixando a decisão para o juiz já designado para o caso.

O corpo de Juliana permanece na Indonésia aguardando o translado. A irmã da jovem, Mariana Marins, relatou dificuldades com a companhia aérea Emirates, que teria deixado de confirmar o voo que traria o corpo ao Brasil. Ela denunciou a alteração repentina na logística, que faria com que o corpo chegasse a São Paulo, e não ao Rio de Janeiro, como inicialmente previsto. A Emirates informou estar apurando o caso.

A família também contesta o tratamento recebido pelas autoridades locais. Segundo Mariana, antes mesmo de terem acesso ao laudo oficial, o médico responsável pela autópsia em Bali deu uma coletiva de imprensa informando que Juliana teria morrido em menos de 20 minutos, devido a fraturas múltiplas e hemorragia interna.

Além da autópsia, a DPU solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar o caso, reforçando o pedido por apuração mais rigorosa.

Em resposta à repercussão do caso, o governador da província de West Nusa Tenggara, Zulkieflimansyah, reconheceu falhas na estrutura de resgate. Em uma mensagem dirigida aos brasileiros, ele atribuiu o atraso na operação à chuva e neblina, mas admitiu que a região carece de equipamentos e profissionais treinados para missões em terrenos difíceis. Disse ainda estar comprometido em revisar os protocolos de segurança e resgate no parque do Rinjani, que vem atraindo número crescente de turistas internacionais.

A família de Juliana, inconformada com a condução do caso desde o acidente, afirma que busca justiça. “Está muito difícil. Parece proposital. O medo é que uma nova autópsia descubra mais coisas”, desabafou Mariana.

Texto/Fonte: G1