Desde os anos 1970, o cinema asiático, especialmente filmes de kung fu, exerce forte impacto na cultura negra dos Estados Unidos. Com histórias de luta contra a opressão, os filmes se tornaram símbolos de resistência nos guetos, onde gangues, violência e ausência de políticas públicas eram comuns.
Início da influência: produções como Cinco Dedos de Violência e O Martelo de Deus abriram caminho para clássicos de Bruce Lee, exibidos em cinemas acessíveis de Nova York.
Blaxploitation e kung fu: a fusão ocorreu em Operação Dragão (1973), com Bruce Lee e o negro Jim Kelly, legitimando heróis negros em narrativas de resistência.
Música e dança: grupos como Wu-Tang Clan incorporaram a filosofia do kung fu em letras e ritmos, enquanto o breakdance se inspirou em movimentos das artes marciais.
Cinema contemporâneo: influências aparecem em Blade, A Hora do Rush, Ghost Dog: O Caminho do Samurai e na animação Avatar: A Lenda de Aang. Kendrick Lamar, por exemplo, criou a persona “Kung Fu Kenny”, inspirada nesse universo.
Spike Lee: diretor revisita clássicos asiáticos, como Céu e Inferno de Akira Kurosawa, em Luta de Classes, conectando cinema e crítica social contemporânea.
O legado vai além das telas: os filmes asiáticos ajudaram jovens negros a se reconhecerem como protagonistas de suas próprias histórias, mesclando resistência cultural e expressão artística.