O presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, Flávio da Silva Santos — conhecido como Pepé ou Flávio da Mocidade — foi preso nesta sexta-feira (3) em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que mira a chamada “nova cúpula do jogo do bicho”. A ação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A Justiça determinou que Flávio seja transferido para um presídio federal de segurança máxima. Já Rogério Andrade, também denunciado no processo, deverá permanecer encarcerado em unidade do sistema penitenciário federal. Ambos são acusados de comandar, desde 2014, a principal estrutura criminosa dedicada à exploração de jogos de azar no Rio de Janeiro.

As investigações apontam que o grupo não apenas administrava pontos de jogo, mas também se envolvia em disputas violentas com facções rivais. O MPRJ sustenta que a organização mantinha um esquema de corrupção junto a forças policiais, com pagamento de propina a unidades das polícias Civil e Militar para garantir proteção às atividades ilegais.

Além das prisões, promotores cumpriram mandados de busca e apreensão na quadra da Imperatriz Leopoldinense e na casa de Vinicius Drumond, na Barra da Tijuca. Drumond é apontado como aliado dos acusados e também foi alvo da ofensiva. As medidas foram autorizadas pela 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital.

O advogado Carlos Lube, que representa Flávio, afirmou que ainda não teve acesso aos autos e, por isso, só pretende se manifestar nos trâmites judiciais. A defesa dos demais investigados ainda não se pronunciou.

A prisão de Flávio da Mocidade representa mais um capítulo da ofensiva do MPRJ contra o tradicional esquema do jogo do bicho, que há décadas mantém vínculos com o carnaval carioca e com estruturas de poder no estado.