O governo Lula adotará uma estratégia firme nas redes sociais e em entrevistas para defender a soberania nacional, buscando fragilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político. Desde o início do ano, o Executivo passa a liderar o debate público com foco em dois temas centrais: justiça tributária e a união do país contra o que considera um ataque de Donald Trump, em conluio com Bolsonaro, aos interesses brasileiros.
No âmbito técnico, o governo prepara a regulamentação da Lei da Reciprocidade Econômica, que poderá ser acionada caso as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sejam mantidas. Paralelamente, reuniões com empresários visam articular uma estratégia de negociação com o governo americano, por meio da criação de um comitê integrado por representantes governamentais e do setor empresarial.
A pressa de bolsonaristas para que a pressão americana tenha efeito está relacionada ao andamento da ação penal contra o chamado "núcleo crucial" da trama golpista, que envolve Bolsonaro e seus ex-assessores, com possível julgamento previsto até setembro. Parlamentares avaliam que aprovar uma anistia para ceder à chantagem de Trump equivaleria a uma perda da soberania nacional.