O conflito entre Israel e Hamas, iniciado em 7 de outubro de 2023 com um ataque coordenado do grupo palestino que matou mais de 1.200 pessoas e sequestrou 251, segue sem previsão de término. Desde então, a guerra causou destruição generalizada na Faixa de Gaza e gerou uma grave crise humanitária, com mais de 60 mil mortos palestinos, segundo o Ministério da Saúde local controlado pelo Hamas.
Recentemente, uma proposta mediada pelos Estados Unidos, apresentada por Donald Trump, gerou expectativa de um possível cessar-fogo. Israel aceitou a proposta, mas o plano deixa questões em aberto, especialmente sobre desarmamento do Hamas, criação de um Estado palestino, retirada das tropas israelenses e definição de um novo governo em Gaza. Especialistas consideram as negociações como o início de um processo de cessar-fogo, não como a resolução definitiva do conflito.
Nesta semana, delegações de Israel e Hamas iniciaram rodadas de negociação no Egito, com mediação de Estados Unidos e Catar. Enquanto isso, atos lembrando os ataques de 7 de outubro ocorrem em Israel, inclusive no local do festival de música Nova, em Re’im, onde 360 pessoas foram mortas e dezenas sequestradas.
Os interesses de cada lado seguem divergentes. Netanyahu busca manter boas relações com os Estados Unidos e evitar perda de apoio político interno, enquanto aliados da coalizão de direita rejeitam qualquer acordo com o Hamas. O grupo palestino se comprometeu a libertar reféns e devolver corpos, mas outros pontos permanecem pendentes. Atualmente, 48 reféns permanecem sob poder do Hamas, dos quais 20 estão vivos.
O plano em discussão prevê Gaza como zona livre de grupos armados, com anistia para integrantes do Hamas que entregarem armas e assumirem compromisso com a paz. O território seria administrado por um comitê de palestinos tecnocratas e especialistas internacionais, supervisionado por um novo órgão chamado Conselho da Paz, presidido por Trump. Israel não tem papel definido no conselho.
Além disso, o plano estipula a liberação de quase 2 mil prisioneiros palestinos e a distribuição de ajuda humanitária pela ONU e pelo Crescente Vermelho. A proposta é vaga sobre o reconhecimento de um Estado palestino, mas indica um possível caminho futuro.
Autoridades e parte da comunidade internacional receberam o plano positivamente, enquanto moradores de Gaza seguem desconfiados e sem esperanças, temendo uma intensificação do conflito caso o acordo fracasse. Trump alertou que, se o Hamas não aceitar, enfrentará um “inferno total”, e Netanyahu reforçou que avançará militarmente caso não haja acordo.