A guerra entre Israel e Irã, que entra no quarto dia, colocou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diante de uma difícil encruzilhada diplomática e política: apoiar de forma mais direta o aliado israelense na ofensiva contra o Irã ou manter os EUA fora do conflito, como exige parte significativa de sua base política.
O governo norte-americano já tentou se distanciar da ofensiva militar de Israel. Após o primeiro ataque contra o Irã, o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que a ação foi unilateral, sem participação dos EUA. Ainda assim, Trump afirmou ter sido informado com antecedência, sugerindo envolvimento indireto: “Não foi um aviso. Foi: sabemos o que está acontecendo”.
Enquanto Israel agia militarmente, os EUA buscavam sem sucesso um acordo com Teerã para encerrar o programa nuclear iraniano. O ataque que matou cientistas e comandantes, incluindo o negociador-chefe do Irã, acabou com qualquer chance imediata de negociação — e o regime iraniano já afirmou que não sentará à mesa enquanto estiver sob ataque.
Internamente, Trump é pressionado por alas opostas do Partido Republicano. Parlamentares como o senador Lindsey Graham defendem que os EUA ofereçam armamentos e até apoio aéreo a Israel. Por outro lado, a ala isolacionista do movimento MAGA, base do trumpismo, rechaça qualquer envolvimento militar. “Qualquer um que esteja defendendo o envolvimento total dos EUA na guerra entre Israel e Irã não é America First/MAGA”, afirmou a deputada Marjorie Greene-Taylor.
Trump tenta equilibrar-se sobre essa linha tênue: quer evitar o envolvimento direto, mas teme parecer ausente diante da escalada no Oriente Médio. Sua esperança é que a ofensiva israelense enfraqueça o Irã o suficiente para forçá-lo de volta às negociações. No entanto, com os ataques iranianos a cidades israelenses se intensificando, o presidente norte-americano pode acabar sendo obrigado a tomar parte no conflito.