O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer aproveitar a reunião de ministros de finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G-20, que ocorrerá na próxima semana, em São Paulo, para propor um modelo de taxação global dos super-ricos. A afirmação foi feita por Haddad em entrevista ao jornal “O Globo”, publicada no sábado (24/2).
“Vamos colocar na mesa uma proposta de tributação dos super-ricos, baseada nas melhores pesquisas disponíveis”, disse o ministro brasileiro. “A agenda de tributação da riqueza e da progressividade sobre a renda são essenciais para enfrentar os entraves econômicos da desigualdade e promover o crescimento econômico sustentável.”
O tema, segundo o ministro, será discutido na terceira sessão do encontro. “Ainda não posso entrar em detalhes sobre a proposta que apresentaremos, mas posso confirmar que continuaremos a defender a bandeira de tributação progressiva no G-20″, disse.
Na prática, a ideia de taxação dos super-ricos em dimensão global não é nova. Haddad já a defendeu diversas vezes. Em outubro do ano passado, ele a mencionou em reunião do G20, realizada em Marrakesh, no Marrocos. Em discurso durante o encontro, o ministro afirmou ser necessário que os ricos paguem uma cota “justa” de impostos.
Em relação ao encontro em São Paulo, que acontece entre quarta (28/2) e quinta (29/2), Haddad observou que a primeira sessão de discussões será dedicada a temas como a desigualdade, enquanto a segunda debaterá economia global. “Será o momento para trocar experiências com os outros ministros do G20, para tentarmos coordenar nossas políticas macroeconômicas no sentido do lema do evento, que é construir um mundo justo e um planeta sustentável”, afirmou o ministro da Fazenda.